Época de férias, muitos buscam momentos para relaxar, sair da rotina, ir à praia, à piscina, à montanha, ao campo… de alguma forma, busca-se a conexão com algo que nos aproxima da natureza.
Para muitos, o contato com a natureza é algo relaxante, revigorante, para outros é estressante. Os benefícios deste contato, porém, foram comprovados por um estudo organizado pela ONG The Nature Conservancy (TNC) em parceria com a Universidade de Virginia e o Centro de Resiliência de Estocolmo, que analisou a relação entre o contato com a natureza e a qualidade da saúde mental.
Atualmente, a maioria de nós vive em áreas urbanas, como destaca o estudo publicado na revista científica Sustainable Earth, sendo que 46% das pessoas que vivem nas grandes cidades já sofrem com algum problemas relacionado à saúde mental. Estima-se que atualmente apenas 13% da população urbana mundial viva próxima à natureza.
Pesquisadores analisaram uma série de estudos sobre economia, saúde e meio ambiente para sugerir que o mesmo potencial de interação humana que torna as cidades atraentes para produtividade, criatividade e inovação, contribui cada vez mais para o que chamaram de fenômeno de “penalidade psicológica urbana”, representado pelo aumento do stress e dos transtornos mentais.
Como resposta a tal penalidade, pesquisas anteriores demonstraram que até mesmo rápidas interações com a natureza podem trazer benefícios à saúde, aliviando os sintomas de transtornos mentais, como depressão e ansiedade.
Em outro estudo complementar, pesquisadores do King’s College London criaram o aplicativo Urban Mind, que avalia a influência das áreas verdes para quem vive em espaços urbanos. Baseado em mais de 2000 avaliações, o estudo sugere que os benefícios da natureza no bem-estar mental são duradouros e interagem com a vulnerabilidade de um indivíduo à doença mental.
Para analisar o bem estar momentâneo, os participantes tiveram que responder por vários dias a perguntas como: “de onde está você pode ver as árvores?”, “pode ver o céu?”, “você consegue ouvir os pássaros cantando?”, “você pode ver ou ouvir a água?”.
De acordo com um dos pesquisadores, estar ao ar livre, ver árvores, ouvir pássaros cantando, ver o céu e se sentir em contato com a natureza foram associados a níveis mais elevados de bem-estar mental momentâneo. Os autores do estudo destacam também que muito se fala sobre a formação de ilhas de calor e risco de enchentes nas cidades, mas a relação entre o desequilíbrio ecológico e doenças psicológicas raramente é feita.
As pesquisas sugerem que espaços verdes deveriam ser incluídos no desenvolvimento dos centros urbanos, pois o significado da natureza no dia a dia das pessoas deveria ser compreendido também como uma questão de saúde pública. O cuidado e presença de parques, praças, jardins de todos os tamanhos nos centros urbanos podem proporcionar estes vários benefícios físicos e mentais.
Adriana- CVV Araraquara – SP
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