No geral, não estamos preparados para a morte de pessoas próximas: parentes, amigos, colegas de trabalho… Raramente conversamos sobre o momento de alguém partir, principalmente se não há doenças ou se a pessoa não estiver em idade avançada, quando a reflexão é sobre o ciclo natural da vida. Mas, de repente, pode chegar a notícia que alguém se foi de forma inesperada, sem avisar, sem deixar recado, mensagem ou aviso prévio.
A tristeza chega acompanhada de muitos sentimentos, por vezes até contraditórios, e pode tirar nossa direção e nos deixar perdidos. A ausência se torna presente e é algo que pode ser difícil de vivenciar, de compreender e de conviver com ela. Pode levar um tempo, o tempo de cada um viver o temido luto. A sensação que por vezes não cabe do peito, que dói, que machuca e que nos faz pensar se um dia tudo vai passar.
Ficam as dúvidas, perguntas sem resposta, as lembranças de momentos importantes, a saudade de situações vividas e de momentos compartilhados. A garganta aperta, o choro pode chegar e aliviar a pressão de carregar a dor solitariamente. Nestas horas, compartilhar com alguém esta enxurrada de sentimentos e sensações pode ajudar a organizar as ideias e acolher com respeito este momento de dor e reflexão.
Dar espaço para o sentir é essencial no processo de reconhecimento da perda, da ausência e da cicatrização destas dores que poderão nos acompanhar por longos períodos e até por toda a vida. Não há mágica ou receita para apressar esse ciclo, para recuperar o sorriso e manter a lembrança amorosa de quem se foi.
Cada um de nós lida e absorve esta situação de uma maneira, no seu tempo, com seus valores, crenças, experiências e possibilidades. Respeitar e acolher este momento e contar com uma rede de apoio, família, amigos, e o próprio CVV, pode ser fundamental para o recomeçar.
Adriana – CVV Jabaquara-SP
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