No mês que marca o Dia Internacional da Mulher, um levantamento do Ministério da Saúde mostra o impacto que a violência provoca na elevação das tentativas de suicídio delas. Homicídios e suicídios representam 83% das mortes por causas externas em mulheres vítimas de agressões anteriores. De acordo com o relatório do Governo, a chance de morrer por esses dois meios chega a ser 151 vezes maior se comparada à da população feminina em geral. A constatação é que a violência é determinante no caso de morte de mulheres por suicídio.
Entre as mais novas e as mais idosas, os números são ainda maiores: mulheres com mais de 60 anos que sofreram violência prévia têm 311 mais chances de morrer por homicídio ou suicídio, enquanto entre as com até 9 anos o índice chega a 256 vezes mais que a média de outras meninas da mesma faixa etária que não passaram por episódios do tipo.
O Ministério da Saúde identificou que, em 2017, diariamente foram registradas 630 casos de violência contra a mulher no Sistema Único de Saúde. Os números incluem violências intencionais praticadas por terceiros ou pela própria vítima. Há, no entanto, reconhecida subnotificação, na medida em que nem todas fazem denúncias ou mesmo procuram o sistema público.
Os casos de agressão física prevalecem, com 62% do total em todas as faixas etárias. É na residência da vítima que prevalecem as ocorrências, representando 71% dos casos. Pessoas conhecidas, entre familiares, parceiros íntimos e amigos, são responsáveis por 45% das violências praticadas.
Entre as conclusões do relatório está a compreensão de que o sinal de alerta deve ser traduzido em medidas e políticas públicas mais eficazes. Os especialistas observam que vale questionar o tipo de cuidado e de acolhimento que a mulher está recebendo. O alerta é que esta realidade necessita de atenção permanente nos 12 meses do ano.
Leila
CVV Brasília