Escutar é uma ferramenta poderosa. Ainda que muitas pessoas já conheçam o ditado de que temos dois ouvidos e uma boca para ouvirmos mais do que falar, muitas vezes é difícil compreender a real importância da escuta, de como ela é um instrumento de ajuda. Um dos caminhos para essa prática pode envolver a capacidade de tentar escutar mais do que falar. Por mais simples que possa parecer, este é um dos maiores desafios no momento em que nos colocamos dispostos a escutar alguém.
Geralmente, no ímpeto de querer ajudar, muitos podem tender a querer apresentar as alternativas que veem para a situação da outra pessoa. É quando se costuma dizer que ela deveria agir dessa ou daquele jeito, fazer isso ou aquilo, em uma série de julgamentos de acordo com a nossa visão.
No espaço da escuta, a voz do outro é a prioridade. Quando a pessoa fala, acontecem dois fenômenos interessantes. O primeiro é que a pessoa angustiada ouve a si própria. Isso permite um distanciamento entre os seus sentimentos, pensamentos e ações. Escutar a si mesmo é como ficar em frente ao espelho e se observar. Assim, a pessoa quase sempre consegue analisar a situação e identificar as alternativas ao que acontece na vida dela.
Em segundo lugar, quando fala, a pessoa desabafa seus sentimentos, diminuindo a intensidade da sua carga emocional. Este pode ser um caminho para pensar de forma mais racional e organizada, compreendendo com mais clareza as dificuldades em que se encontra. O benefício do desabafo pode ser ilustrado com as lágrimas nos olhos, que impedem ver com clareza os caminhos à frente.
Quanto mais a pessoa fala sobre si, mais as lágrimas correm e mais rápido os olhos podem ver os caminhos que se abrem. Por isso, a proposta de “escutar mais do que falar” é considerada importante nestes momentos. Se você tem dúvidas sobre como está sendo a sua escuta, pode-se perguntar mentalmente: “Estou ouvindo mais do que falando? Será que não estou interrompendo o outro para falar sobre as minhas ideias e visões de mundo?”.
E se quiser conversar com um de nossos voluntários, eles estão disponíveis 24 horas para conversar de maneira sigilosa e acolhedora. Acesse www.cvv.org.br/23 e veja a melhor forma de contato na sua localidade.
Rael
CVV Curitiba