Conflitos e Confrontos

Data07/02/2018 CategoriaAutoconhecimento

Sempre que temos relacionamentos em grupo, naturalmente surge a disputa por poder. Poder se movimentar, escolher, opinar… poder em vários sentidos, inclusive no de quem pode mais, de quem tem autoridade, força e influência, como define o Aurélio.

Nossa natureza nos faz únicos. Temos autonomia e não gostamos de perde-la, mas vivemos em conjunto, nas famílias, nas empresas, nas organizações e no trabalho. Somos múltiplos e singulares ao mesmo tempo, nesta vivência em comunidade.

Assim, o conflito é algo inerente ao ser humano em sua convivência com outras pessoas. Quase sempre acaba surgindo quando a autonomia de alguém ou de alguns é ameaçada.

A existência de conflito é natural e pode ser interessante, pois permite a reflexão e pode conduzir à melhoria de alguma situação com a qual se convive e algo não tem ido bem.

O como lidamos com ele é que fará a diferença em nossos relacionamentos, pois pode gerar um confronto, este sim com consequências quase sempre mais sérias. No confronto normalmente ocorre a disputa, o embate. Busca-se vencer, aniquilar, anular, ideias e pensamentos. Uma das características é, em geral, ter como saldo um ganhador e um perdedor pelo menos.

No conflito, o caminho é o convencimento, como pontua o filósofo Mário Sérgio  Cortella, enquanto no confronto, a vitória. Segundo ele, enquanto o primeiro provoca mudanças, o segundo leva a perdas.

Progredir, evoluir são ações que podem surgir dos conflitos quando usadas a favor do poder. O poder que cada um de nós tem e exerce em nossas relações, independente de quais sejam, é uma ação individual que deveria ser voltada para estas situações coletivas, para a evolução, o progresso, para avanços para o grupo nos quais convivemos.

Mas por muitas vezes vemos o poder em ações para benefícios individuais. Aí surgem os confrontos, os embates, as grandes guerras por pequenos motivos. Quando há esta imposição do poder, medição de força, queda de braço para descobrir quem pode mais, os confrontos se perpetuam e os motivos da divergência de ideias se perdem. A dimensão passa a ser outra. Além das ideias e dos ideais, passa a ser moral, e pode levar ao assédio, ao desrespeito frente  à condição humana que temos.

Podemos perguntar a nós mesmos a quem considerarmos poderoso, e qual o real poder que cada um de nós tem? Uma dentre tantas outras respostas que podemos encontrar é que o poderoso é o servidor, aquele que é humilde em sua essência, que tem consciência, entende que não sabe tudo. O que aprende, o que busca, o que sabe vem da coletividade  a qual pertence. Ou seja, é aquele que busca aprender e se conhecer, pois se conhecendo poderá compreender mais o outro. Afinal, no fundo, quem decide o quão poderosos seremos somos nós mesmos e nossa abertura para receber e compartilhar informações e conhecimentos.

Adriana – CVV Araraquara

*Precisando conversar acesse www.cvv.org.br/23

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