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A importância da Tristeza, em ‘Divertida Mente’

Data12/02/2016 CategoriaEmoções

Tristeza, entre a Alegria e o Amigo Imaginário – Crédito: Disney Filmes

“Como você fez isso? Ele se sentir melhor?”, questiona a Alegria. “Não sei”, responde a Tristeza. “Ele estava triste e eu o ouvi”, completa. O diálogo é parte central do filme “Divertida Mente” e retrata o momento em que o Amigo Imaginário da menina Riley Anderson consegue dar vazão à dor de ter sido esquecido pela garotinha de 11 anos que vive um turbilhão de sentimentos ao mudar de cidade. E é assim, com esta forma simples, que registra algo tão complexo quanto o saber ouvir, que a Alegria percebe que a Tristeza, até então desprezada por ela, é necessária.

Concorrente ao Oscar 2016 na categoria melhor animação, “Divertida Mente” é um filme sobre emoções. Mais que isso: uma aula sobre a importância delas. “O que se passa na cabeça dela?”, provoca o narrador, referindo-se a Riley, logo no início. A Tristeza, aliás, rouba a cena no longa da Pixar. É ela que muitas vezes promove o consolo e o conforto por parte dos outros, que instiga a empatia, como fica evidente quando a menina é apoiada pelos pais ao perder uma importante partida de hóquei. Ela também pode se unir à saudade, ao contaminar uma memória feliz do passado, fato demonstrado no filme pelas brilhantes bolinhas guardadas em um enorme labirinto que simula as curvas do cérebro. É neste acervo que estão armazenadas todas as recordações importantes, que são chamadas sempre que necessário.

Além da Tristeza e da Alegria, que está sempre se desdobrando para se sobressair, também estão lá Nojinho, Raiva e Medo, que completam uma espécie de Conselho encarregado de tomar decisões, de definir as ações da garotinha ao longo do dia. Entre as sete emoções universais descritas pelo psicólogo americano Paul Ekman, ficaram de fora apenas o susto e o desprezo.

As cinco emoções: Raiva, Nojinho, Alegria, Medo e Tristeza – Crédito: Disney Filmes

No longa, os esforços da Alegria predominam nos primeiros anos de vida de Riley. Ela busca, a todo custo, deixar a vida da menina mais cor-de-rosa. Mas ao longo do filme fica claro que é impossível ignorar a Tristeza. Ela é parte importante da transformação da criança na adolescente. Ponto para o diretor Pete Docter.

Se as emoções em excesso podem atrapalhar, a falta delas deixa a vida totalmente sem graça. O caos reina quando a Tristeza e a Alegria saem do comando do cérebro de Riley e abrem espaço para Nojinho, Raiva e Medo assumirem o controle.

Outra importante dica da animação está no fato de como cada emoção vê uma situação de forma distinta. E de como elas modificam nossas memórias. Fundamentais para a personalidade, as memórias-base de Riley, por exemplo, estão lá. São elas que formam aqueles pequenos acontecimentos diários considerados inesquecíveis. Existe a ilha da amizade, da bobeira, da honestidade, do esporte e da família. Quando elas começam a ruir, Riley perde toda a referência construída até então e deseja fugir, sumir, voltar ao passado. Também estão lá as memórias consideradas perigosas, que vão para um lugar ao qual não se tem acesso, o subconsciente. É onde os piores medos ficam guardados e que podem vir à tona na forma de pesadelos.

Nos pouco mais de 90 minutos, fica evidente a importância que devemos dar às emoções e como elas vão ficando mais complexas com o passar do tempo. Elas são essenciais para a tomada de decisões racionais. Além de informação, “Divertida Mente” é diversão garantida!

Leila
CVV Brasília – DF

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