O ser humano parece que está sempre cansado. Já perceberam que o que mais se ouve é: Estou tão cansada! Estou tão cansado! Acabamos de acordar e já estamos assim. Um cansaço que parece não ter fim! Crianças, seres cheios de energia, reclamam de cansaço! Como assim?
Existe algo no ar, no mundo da competitividade, que tem provocado esgotamento nas pessoas. A falta de tempo ou o tempo mal aproveitado; o distanciamento da natureza, a violência, o egoísmo, a pressão constante no trabalho, no estudo, como se o mundo fosse acabar hoje.
O estudioso coreano, Byung-Chul Han, em seu livro Sociedade do Cansaço, nos conta que “a sociedade do desempenho e a sociedade ativa geram um cansaço e esgotamento excessivos”. A definição de cansaço, segundo o dicionário da Língua Portuguesa é “efeito de cansar-se; estado de fadiga provocado por esforço físico ou mental ou por doença”.
Mas percebemos que “estar cansado” significa mais do que o fato em si, em sentir fadiga. Alguns correm 10 quilômetros ou mais, por dia, e não se sentem cansados. Pelo contrário, sentem prazer e alegria em correr. Portanto, a palavra cansaço está atribuída a quase tudo, hoje em dia. Cansaço físico, mas também psicológico, mental.
Nesse sentido, estar cansado pode ser o mesmo que aborrecido, entediado, “de saco cheio”, além da sensação de solidão, de estresse, de incompreensão, de fracasso.
Situações e sentimentos relacionados ao cansaço mental podem levar à depressão. Portanto, cabe a reflexão: será que estamos realmente cansados? E, se nos sentimentos assim, será que merecemos e devemos viver dessa maneira? Cabe a cada um responder tais perguntas.
Paula
CVV Jabaquara
*Precisando conversar? Ligue 141 ou acesse www.cvv.org.br/23 e veja as formas de atendimento disponíveis.