Será que o que fazemos na vida nos define?

Data22/03/2016 CategoriaAutoconhecimento

Dizem que o que fazemos da nossa vida é o que nos define. No geral, somos desencorajados a seguir os nossos sonhos. Tratam, logo cedo, de fazer com que aprendamos a olhar o mundo com os olhos racionais.

Embora os adultos acreditem que enxergam melhor que as crianças, com a idade vamos ficando “cegos” para algumas coisas, diminuindo nossa sensibilidade para enxergar coisas que não são palpáveis.

A perda de sensibilidade que a maioria de nós ganha com a idade não nos permite, por vezes, entender que alguém possa não querer fazer parte de um mundo pragmático e chato, em que a principal preocupação é ganhar dinheiro. Algumas pessoas são movidas por paixões muito maiores que isso e constantemente acabam sendo mal compreendidas por suas escolhas.

Determinar o que uma pessoa deve fazer é querer criar um mundo de pessoas completamente iguais. É retirar todo o colorido da vida, é determinar o certo, o normal, é criar um padrão que nem sempre vai servir para todos.

Diante da falta de sensibilidade que vivemos nossos olhos acabam se fechando e não conseguimos ver nada além das “coisas sérias” e, portanto, naturalmente, seguindo a corrente, tentarão frustrar nossos sonhos de ser e estar além do que conquistamos materialmente.

É preciso coragem para explorar as nossas potencialidades. Pode ser que você não receba apoio ou que lhe vejam como louco, mas é necessário entender que não se adequar aos padrões sociais é uma virtude para quem quer seguir seus sonhos de verdade.

Não é fácil contrapor-se ao sistema, mas ainda assim é a única forma de presentear o mundo com o seu talento e a si mesmo com seu bem estar emocional. Talvez, muitos não entendam, mas a arte para os artistas é algo visceral e precisa ser colocada para fora. Assim, os sensíveis funcionam: a vontade se ser diferente vem de dentro.

Sabemos que é extremamente difícil decidir seguir um determinado caminho sem apoio, quem já tentou nadar contra a correnteza sozinho saberá o que é isto.

O resultado dessa falta de apoio poderá ser a formação de pessoas tristes, que se sentem desencaixadas no mundo ou culpadas em relação ao que são e gostam de fazer. Sentem-se culpadas por não serem burocratas, por não fazerem tudo como manda o figurino.

Mas o mundo sem as pessoas com alma de artista, sem o lúdico, sem os sonhadores, sem os sensíveis perde a graça, perde o brilho, perde o riso, perde em convivência e aprendizado.

Somos movidos por coisas diferentes, cada um tem suas peculiaridades e o pragmatismo com que levamos a vida pode tirar todo o seu encanto e a torna repetitiva, cansativa e chata.

Se dispor a ver o mundo e os outros com outros olhos, pensar sobre o que é o sucesso na vida e em fazer o que lhe alegra e leve alegria para quem está ao seu redor não é uma tarefa fácil e nem sempre prazerosa de começo, mas pode gerar ótimos resultados emocionais.

Para isso, é necessário que encorajemos aqueles que, como Saint-Exupéry, desenham jiboias engolindo elefantes e o mais importante: tenhamos sensibilidade para diferenciar jiboias engolindo elefantes, de chapéus. Mas isso só poderá acontecer para quem ainda não desistiu, e ainda acredita que todos podemos sonhar.

Adriana
CVV Araraquara – SP

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