Desde a infância, as mulheres costumam receber estímulos à maternidade. Começam, desde cedo, a brincar de serem mães de suas bonecas, a cuidar, alimentar, colocar para dormir. Os anos passam e estas referências permanecem. Muitas meninas, ainda na adolescência, já têm na ponta da língua o nome de seus futuros filhos. Ser mãe parece ser o caminho natural.
Nos últimos anos, vêm-se falando bastante da “maternidade real”, aquela que não aparece nas propagandas do Dia das Mães. Não é um movimento tão novo, já que há muito tempo se fala que “ser mãe é padecer no paraíso”. Ou seja, não é segredo para ninguém que, a despeito de todas as felicidades que os filhos costumam proporcionar, há também desafios muito duros a serem enfrentados.
Ainda assim, por mais que as mulheres tomem conhecimento das dificuldades, não se tem noção real do que isso significa na prática, até de fato tornar-se mãe. Não é raro que muitas se sintam extremamente amendrontadas ao se verem responsáveis pela vida de outra pessoa. De repente, têm o dever de dar alimento, amor, carinho, exemplo, força etc. Passam a ser a fortaleza e a referência de outro ser humano, o que pode ser um caminho para a autoexigência que maltrata, que tortura diante de cada ação percebida como erro.
Há um senso comum de que todas estas aflições são superadas pelo amor que surge da relação mãe e filho, mas algumas mulheres podem não se sentir assim, o que tende a levá-las a se sentirem sozinhas nesta jornada, de padecer e não encontrar o paraíso prometido. Por medo do julgamento e das críticas, pelo receio de se sentirem diminuídas na sua condição de mãe e mulher, por não ser socialmente aceito que uma mãe possa não gostar de ser mãe, aquelas que não se encaixam no pensamento majoritário nem sempre conseguem expressar seus reais sentimentos.
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Luiza
CVV Belém