É pouco provável que alguém goste de ser candidato à dolorosa possibilidade de ser “cancelado”. Termo da moda que significa deixar de existir, de ser visto ou seguido por alguém nas redes sociais. Surgiu com as redes sociais, porém muitas vezes fazemos isto com os outros sem nos darmos conta da dor que podemos causar e de quanto sofreríamos se acontecesse o mesmo com nós mesmos.
Para uma pessoa ser “cancelada” significa que ela fez ou disse algo considerado errado, que não é tolerado no mundo de hoje, em que muitas situações como racismo, preconceitos, entre outras tem sido revistos, desconstruídos e reconstruídos.
As relações humanas que vivenciamos, amorosas, de amizade, familiares, de trabalho ou em grupos a que pertencemos são repletas de detalhes, sutilezas e subjetividade, em que os sentimentos, valores e conceitos envolvidos nos levam por caminhos às vezes tortuosos, difíceis de caminhar com tranquilidade. Em alguns momentos, pode ser muito fácil cair na tentação de carimbar, rotular pessoas e circunstâncias usando nossa própria medida das coisas.
Outras vezes acabamos esquecendo que todos temos o bom e não tão bom presente em nós. Lembrar disto pode nos ajudar a sermos minimamente empáticos e nos ajudar a ter uma visão mais global, buscando uma vida mais justa, sábia e harmônica.
Nem sempre é fácil percebermos o quanto a tolerância, o acolhimento e a inclusão de pessoas com ideias e pensamentos diferente dos nossos podem ser revolucionários para nós e para a sociedade e como eles podem conduzir a transformações profundas em nosso coração e forma de percepção do mundo.
Nem sempre é fácil tolerar e este pode ser um grande aprendizado para toda a vida. Deixamos de ser melindrosos e intolerantes para acolher com afeto aos outros e a nós mesmos. Esta ação pode exigir uma dose extra de desprendimento, mas, quando conseguimos, podemos nos libertar das armadilhas do ego que as vezes nos impedem de ver o outro e a nós mesmos como realmente somos.
Fica aqui o convite para nos percebermos e pensarmos como temos agido em nossos relacionamentos.
Adriana – Araraquara – SP
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