Respeito é um substantivo masculino oriundo do latim respectus, que é uma atitude positiva e significa ação ou efeito de respeitar, apreço,consideração, deferência. Na sua origem em latim, a palavra respeito significava “olhar outra vez”. Assim, algo que merece um segundo olhar é algo digno de respeito. Aceitação é receber o que é dado; admitir a existência de algo ou alguém: aceitar a opinião dos outros, aceitar algo.
Em sua essência, em nosso comportamento diário, são atitudes que estão intimamente conectadas, são complementares e próximas, mas nem sempre percebemos.
Dificilmente respeitamos algo que não aceitamos e compreendemos, ou entendemos. Temos dificuldade de conviver com o diferente. Nossa tendência, muitas vezes, é respeitar e aceitar apenas aqueles que pensam como nós, que se vestem como nós, que agem como nós; que escutem as mesmas músicas ou pratiquem a mesma religião, que tenham o mesmo time e até preferência política.
Se essa aceitação do diferente ocorre, mas é superficial, talvez estejamos apenas seguindo uma convenção social, a fim de evitarmos transtornos e incômodos com aqueles de quem, em nosso âmago, discordamos. Fingimos a aceitação perante os outros, disfarçamos, mas raramente perante nós mesmos.
E aí nossa tendência é ficarmos organizados em grupos, sempre com pessoas com pensamentos próximos. O perigo é que deixar de conviver com o diferente, com o oposto, aquele que gera conflito e nos faz pensar pode ser um caminho para a intolerância. Camuflamos por vezes a tolerância ou a intolerância para que possamos conviver em grupos que nos são convenientes.
Por outro lado, quem não tem esta habilidade de aproximação e não quer trair seus princípios, como necessidade de autopreservação e, acima disso, também como necessidade de não ser excluído, acaba isolado, sozinho de tudo e de todos. Não aceitando e não sendo aceito.
Para aceitar e respeitar temos que compreender que podemos até não gostar disso ou daquilo nesta ou naquela pessoa, que podemos não concordar com as decisões tomadas, mas que apesar de tudo isso, o outro, assim como nós, tem todo o direito de pensar e agir diferentemente da gente, sem etiquetas ou reprimendas, e, sobretudo, tem o direito de cometer os seus próprios erros e acertos.
Parece até coisa de gente que não se importa, não é? Mas não é. Isso é coisa de quem se importa, e se preocupa em aprender a aceitar e respeitar o outro, mesmo porque são assim que as lições são aprendidas, na prática, e não na teoria. Temos todo o direito de discordar, de deixar bem claro os nossos pontos de vista e tal, mas ele – o nosso direito – só vai até aí. Mais do que isso é interferência.
Se conseguíssemos realmente entender e vivenciar isso, a aceitação e o respeito seriam tarefas bem mais fáceis do que são. A vida seria bem mais fácil do que é, mas é uma lição que nem sempre aprendemos com rapidez e facilidade, pois depende de disposição, vontade e desejo interior.
A aceitação e o respeito, verdadeiros, são fáceis de se sentir. E ser aceito e compreendido nos traz uma sensação maravilhosa. Exercitá-los cotidianamente, porém, é tarefa árdua de pura e simples tolerância. Uma lição que não é do tipo para ser aprendida da noite para o dia, mas para ser praticada todos os dias, com tudo e com todos, a todo o momento, inclusive, ou talvez principalmente, com nós mesmos!
Eixo Comunicação CVV