Um comportamento natural em todos nós é querer sempre mais. O mundo moderno, inclusive, estimula isso, sempre nos oferecendo novos objetivos, nos incentivando a ser hiperprodutivos, a alcançar “sucesso” (sem considerar que existem vários projetos de vida distintos e esta palavra pode ter vários significados).
Sempre que terminamos um ciclo, já começamos a pensar em um outra meta, o que tem o lado positivo de nos manter vivos e ativos, mas pode ser desgastante se não nos permitirmos saborear um pouco aquilo que conquistamos.
Frequentemente, desejamos pular algumas etapas necessárias para alcançar o que desejamos. Nos comparamos com outras pessoas que já “chegaram lá” e nos sentimos pequenos. Ficamos incomodados por ainda estarmos em um estágio tão inicial daquele projeto e ansiosos para alcançar logo o ápice. E aí podem surgir muitos problemas.
Impor-se metas muito altas, sem valorizar as pequenas conquistas pelo caminho, pode nos paralisar, pois podemos não saber por onde começar ou sentir algum desestímulo para as tarefas mais simples.
É importante ter um planejamento dos passos necessários para atingirmos uma realização. Assim, conseguimos acompanhar nossa evolução e valorizar cada pequeno avanço, sentindo orgulho de nós mesmos, o que só contribui para o aumento da nossa autoestima e motivação, pois podemos nos frustrar se nos virmos em uma situação muito distinta daquelas que acreditamos que deveríamos estar, o que pode gerar desânimo e falta de crença em nós mesmos.
Não se trata de acomodação, mas, se não fizermos isso, de olhar para o que pode e deve ser feito no presente, nos sentiremos sempre muito distantes do objetivo final. Ficando com os olhos somente no alvo, tendemos a ficar ansiosos para fazer tudo ao mesmo tempo, o que pode levar à paralisia e ao desgaste físico e emocional.
Quando procuramos nos impor uma tarefa por vez, a tendência é nos sentirmos satisfeitos ao concluí-las. Ao contrário, quando acordamos diariamente lembrando de mil atividades que precisam ser feitas para alcançar algo, podemos nos sentir frequentemente decepcionados.
Se andarmos, no tabuleiro da vida, uma casa na direção do nosso sonho, sem nos exigir estar em um lugar mais avançado, não estaremos pensando pequeno, mas sim valorizando o caminho.
Luiza
CVV – Belém (PA)
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