Muitos já devem ter lido ou ouvido em algum lugar que a felicidade só depende de nós mesmos. Assim como a meritocracia tem estado em moda, a ideia de que se você se dedicar muito conseguirá o que pretende, a chamada “happycracia” também tem sido usada em muitos momentos como um estilo de vida no qual devemos sempre buscar a felicidade para alcançá-la.
Cursos, livros, filmes, teorias e exercício são propostos e indicados para que busquemos a tão sonhada e propagada felicidade. Esta proposta tem sido muito disseminada pelo que chamam de pensamento ou psicologia positiva. Esta linha de trabalho incentiva a valorização do lado positivo de momentos que, em geral, consideraríamos como negativos ou não favoráveis para nosso desenvolvimento pessoal.
Com o intuito de colaborar com a discussão sobre o tema, o psicólogo Edgar Cabanas e a socióloga Eva Illouz acabam de lançar o livro Happycracia, contando sobre o desenvolvimento da “psicologia positiva”, responsável pela ideia de que a felicidade é o maior objetivo da vida, e que basta força de vontade para conquista-la.
Os autores tentam desvendar a ideologia por trás do sucesso financeiro e midiático de alguns profissionais que dizem usá-la. Eles ainda provocam a reflexão sobre muitos considerarem a felicidade como um sinônimo de “uma atitude passível de ser engendrada pela força de vontade; resultado do treino de nossa força interior e nosso eu autêntico; única meta que faz a vida valer a pena…” Um certo tipo de “fábrica de felicidade”.
Alegria, tristeza, felicidade, saudade, arrependimento, decepção, conquistas, entre outras sensações e sentimentos, fazem parte da nossa vida. Obviamente que não queremos ficar tristes todos os dias de nossa vida, assim como não conseguimos estar felizes todo o tempo, pois o dia a dia e nossa natureza humana não nos permitem termos um comportamento único para tudo que acontece em nossas vidas.
Temos experiências, vivências, valores, hábitos, habilidades e possibilidades diferentes que nos tornam únicos, indivíduos que são desafiados a viver e conviver coletivamente. Por isto, é difícil termos uma receita que possa funcionar para todos. O que me faz feliz pode não ser o que te cause esta mesma sensação. E é justamente esta diversidade que nos define.
Adriana – Araraquara – SP
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