O ser humano é complexo, físico e emocionalmente. Nossa porção emocional é um emaranhado de sensações e sentimentos que resultam do conjunto de nossa constituição física, cultural e ambiental.
Carregamos em nós um grande arquivo de experiências, emoções e tantas outras coisas que nem nós mesmos conseguimos entender plenamente. E é isto que nos faz únicos e difíceis de sermos interpretados e entendidos por nós e pelos outros.
Somos no geral complicados, ambíguos, contraditórios… uns mais, outros menos, mas todos de sua maneira especial, única e rara de ser.
Pode ser que estejamos mais nítidos hoje, mas isso pode mudar amanhã, já que nada neste mundo é constante, tudo muda. Mudam nossa clareza, nossas certezas, nossa coerência e aquilo que somos ou acreditamos ser. O equilibrado de hoje pode ser o desvairado de amanhã, o torto de agora pode ser o certo de mais tarde, ninguém nunca sabe o que a vida nós reserva no instante seguinte.
Não vivenciamos nossos problemas sempre com a mesma intensidade e não somos sempre agradáveis e fáceis, nem igualmente chatos, difíceis e problemáticos. Temos histórias únicas e vivemos situações diferentes que vão nos esculpindo com o tempo.
O que faz com que uns sejam de uma forma e outros sejam de outra é a nossa capacidade de ser complacentes com o outro e conosco, de reconhecer que cada um é difícil a seu modo e que no futuro podemos ser nós o alvo de julgamento por este ou aquele comportamento.
A complacência nos faz exercitar a demonstração de gentileza, amabilidade e benevolência, pois nos permite refletir sobre limites e “defeitos”, a reconhecer que somos fruto das circunstâncias que vivemos até agora.
Estarmos sensíveis e abertos para compreender os outros e a nós mesmos pode nos ajudar a ver que todo mundo tem sua história e suas razões para ser como é.
Adriana – CVV Araraquara-SP
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