Com o jogo do “Desafio da Baleia Azul” o tema suicídio vem ganhando a pauta de diversos meios de comunicação e também de discussões na Internet. O que é muito positivo, afinal, a gente sabe o quanto o suicídio cresce no Brasil e no mundo e como é importante não enxergar mais essa pauta como um assunto proibido, como tabu ou algo que nunca se deve falar. Mas, ao mesmo tempo temos que ter cuidado e não esquecer que esse não é um tema proibido, mas é delicado.
De acordo com o Mapa da Violência de 2017, as taxas de suicídio entre jovens, de 15 a 29 anos, no Brasil cresceu 10% nos últimos anos. As buscas pelo termo “suicídio” no Google também aumentaram no país: 100% a mais em abril deste ano. Isso é bom? Pode ser e pode não ser…. Buscar sobre o tema pode ser algo que as famílias, amigos ou próprias pessoas que pensam no suicídio fazem com o objetivo de evitar essa medida tão drástica, mas, ao mesmo tempo, pode indicar que os jovens estão procurando mais sobre um tema proibido, que aguça a curiosidade.
Um romance de Goethe, lançado em 1774, é um bom exemplo do quanto precisamos ter cuidado ao falar da morte provocada. A obra “Os sofrimentos do jovem Werther” contava a história de um jovem que vivia um amor não correspondido e escrevia cartas para seu amigo contando as angústias de encontros e desencontros com sua amada. O final, trágico, mostra que o personagem principal decidiu pôr um fim na própria vida, como forma de fugir do seu sofrimento. Por ser um escritor muito admirado e aclamado na época, muitos jovens acabaram cometendo suicídio na Europa depois de ler a obra de Goethe. A situação se agravou tanto, que o próprio autor fez uma nota dizendo que os leitores não deveriam copiar aquilo que seu personagem fizera.
Não há uma fórmula mágica para se falar sobre suicídio, e nem queremos impor nenhuma delas. Mas talvez olhar para o tema com elementos como: a compreensão, a delicadeza e o entendimento de que é preciso procurar e receber apoio nesse momento tão difícil podem deixar um texto, uma reportagem ou uma obra fictícia que queira tratar do tema, algo muito melhor.
Apoio
Trabalhos como do Centro de Valorização a Vida (CVV) merecem ser divulgados!
O telefone e o site do CVV (141 ou www.cvv.org.br/23) estão disponíveis sempre que você ou algum familiar precisar de alguém para te ouvir!
Aline Imercio
Colaboradora do Blog do CVV