Jogo do acreditar e conexões humanas

Data18/02/2020 CategoriaRelacionamentos

Quando uma pessoa nos conta alguma coisa, podemos duvidar ou acreditar no que ela disse. Pensando nisso, o professor Peter Elbow, da Universidade de Massachusetts, propõe dois jogos de comunicação.

O Jogo do Duvidar permite validar o que foi dito, saber se o que foi falado se aproxima mais de uma verdade ou de uma mentira para, desta forma, nos protegermos das mentiras. Este jogo utiliza o nosso intelecto. É considerado muito importante para a ciência e pode ser usado sempre que estamos aprendendo ou aprimorando alguma coisa.

Mas nem sempre o Jogo do Duvidar é vantajoso. Nem sempre a pessoa está em condições de refletir sobre o que falamos. Somos também seres emocionais e o nosso estado emocional frequentemente afeta o discernimento. E pode ser que a pessoa está nos contando algo num momento em que ela não está bem. Tristeza, solidão, medos, dores e cansaços emocionais costumam diminuir as forças, as capacidades, a inteligência, a motivação para provar o que outra pessoa falou.

Quando uma pessoa está sensível, num momento difícil da vida, pode ser que duvidar do que disse a faça desanimar e se isolar. E o isolamento pode dificultar ainda mais que a pessoa encontre respostas para sua caminhada na vida.

O Jogo do Acreditar é uma proposta para quando a pessoa nos falar algo que seja pessoal. Seja um gosto, uma dúvida, um sentimento, uma experiência, um aprendizado ou qualquer outra vivência que tenha despertado emoções dentro dela, emoções que nós não experimentamos. O Jogo do Acreditar nos propõe acreditar no que a pessoa diz sem que ela precise nos provar o que fala.

Quando a pessoa sente nossa confiança no ser humano que ela é, há uma tendência a baixar um pouco a guarda e permitir uma conexão do ser humano para o ser humano que somos.

No CVV vivenciamos continuamente essa conexão de ser humano para ser humano. Continuamente observamos que permitir que a pessoa se expresse livremente, sem que ela tenha que provar o que nos diz, sem que ela se sinta julgada, sem que ela se sinta um incômodo, quase sempre resulta num alívio para as pressões emocionais e, ainda que os problemas persistam, essa conexão quase facilita o encontro de ferramentas que ela já traz consigo e que a permite cuidar melhor de si mesma.

O CVV precisa de novos voluntários, pessoas maiores de 18 anos, dispostos a acreditar em quem, em alguns momentos, já não está acreditando nem em si mesmo. Inscreva-se em cvv.org.br/voluntario/

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