Depressão e os famosos

Data23/02/2016 CategoriaAnsiedade

Conhecida como um dos maiores males da atualidade, a depressão é um problema bastante comum e afeta pessoas de todas as idades, profissões e classes sociais. Assim como muitas pessoas que buscam o CVV estão passando por processos depressivos, muitas celebridades tem sido diagnosticadas com a doença e lutam para dar a volta por cima.

Recentemente, vários famosos que já enfrentaram a depressão têm tornado públicas suas histórias para ajudar outras pessoas que passam pela mesma situação. Fora do Brasil, foram inúmeros casos. Robin Williams foi um deles, fazendo o mundo do entretenimento dar adeus a um dos mais carismáticos atores de Hollywood, que passava por um grave caso de depressão e não resistiu ao sofrimento.

Owen Wilson, lembrado por seus papéis cômicos no cinema, surpreendeu ao tentar suicídio em meados de 2007, após passar por um período de depressão. Gwyneth Paltrow enfrentou um quadro de depressão pós-parto logo depois de dar à luz Apple, sua segunda filha. Brooke Shields, a atriz de “Lagoa Azul”, foi outra famosa que sofreu de depressão pós-parto, chegando a receber críticas públicas de Tom Cruise, que não compreendia o problema. Winona Ryder precisou de ajuda médica e visitou clínicas psiquiátricas para superar a depressão que sofria desde os 19 anos de idade.

A atriz Catherine Zeta-Jones tornou pública recentemente sua bipolaridade e a forte depressão que ela lhe causava. Segundo a estrela, falar abertamente sobre o tema pode ajudar outras pessoas que enfrentam o mesmo problema. Heath Ledger, que morreu em 2008, lutava contra depressão severa e perdeu a vida após sofrer uma overdose acidental de medicamentos contra a ansiedade.
Entre os brasileiros famosos, há relatos do ator Selton Mello, que contou ter sofrido de depressão há alguns anos. “Vivi um inferno”, disse o ator. Ele explicou que desenvolveu a doença quando decidiu cortar os remédios que tomou durante anos para emagrecer. A crise depressiva teria sido tão forte, que o ator pensou até em abandonar a carreira. “Isso foi no auge do desconforto. Estou redescobrindo o prazer de atuar”.

A cantora Paula Fernandes teve depressão e não acreditava que uma menina de 17 anos poderia estar com a doença. Durante o período de dois a três anos, além da depressão, ela também tinha crises de pânico e o simples barulho de uma sirene já lhe provocava medo. A depressão tem como sintomas a falta de prazer e o sentimento de tristeza profunda. “Percebi que alguma coisa não estava bem, perdi o apetite, quase não dormia, chorava muito e vivia angustiada”, relatou.

Paula acredita que teve depressão por causa de seu estilo de vida quando muito jovem. “Eu não fui uma menina comum. Em vez de ir às festinhas, eu era o evento. Eu sentia falta de algo que não sabia o que era. Me relacionar com as pessoas, ter um namorado. Eu não culpo ninguém, mas foi uma consequência das minhas escolhas pela carreira”, contou. “A primeira lembrança que eu tenho é de quando eu tinha 16 anos e comecei a ter uma pequena arritmia. Ninguém acreditava que isso poderia ser sintoma de uma crise de pânico”, conta. Depois de aceitar o tratamento, Paula começou a tomar os remédios. “A fase mais difícil é a que você está ignorante sobre o que está sentindo. Acha que vai morrer e não sabe o que está acontecendo. Outra fase é a em que você começa a melhorar, mas não acredita nisso até tomar confiança”.

A cantora deixou o quadro depressivo há cerca de dez anos, mas até hoje faz terapia e se preocupa em manter uma vida saudável. Para ela, o mais importante é acabar com o preconceito e assumir a doença. “Para aquelas que desconfiam, a primeira coisa que tem que fazer é perder o preconceito. E para aquelas que já descobriram, é continuar o tratamento. O preconceito é o maior dos problemas. Qualquer pessoa pode ter depressão e muita gente jura de pé junto que não tem. Isso é um dos maiores problemas!”, afirmou.

Há pouco tempo, o cantor Ed Motta fez alguns comentários que feriu seus fãs em redes sociais. Arrependeu-se e voltou atrás em um recado publicado nas mesmas redes, onde afirmou que escreveu as mensagens em um mau momento e que esses pensamentos são frutos de decepções artísticas e uso de remédios para combater depressão e ansiedade.

Todos nós podemos em algum momento nos sentir assim, afinal altos e baixos são comuns em nossas vidas. Procurar ajuda nesses momentos e dividir o que sentimos com alguém pode fazer toda a diferença para continuar a viver. Ter consciência disso pode nos ajudar como pessoas e como voluntários, na compreensão de quem nos busca e na compreensão de nós mesmos.

Adriana
CVV Araraquara – SP

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