Estreou na Netflix, no dia 18 de maio de 2018, a segunda temporada de “13 Reasons Why” (em português, “Os 13 porquês”), um seriado que trata de abuso sexual, bullying e suicídio na adolescência. (veja aqui post sobre os capítulos anteriores)
Na primeira temporada, escutamos a percepção de Hannah Baker sobre as razões que a levaram a cometer suicídio. Nos novos episódios, a Liberty High School, escola em que a trama de desenvolve, é levada a provar que toma as medidas adequadas para proteger os alunos de abusos de toda ordem, praticadas por outros alunos, no caso, os atletas populares.
Todos os que estão ou já passaram pela adolescência a reconhecem como um período difícil, especialmente em tempos de cyberbullying, em que as agressões e difamações se espalham rapidamente por meio de celulares e redes sociais, acompanhando os jovens mesmo quando eles deixam o ambiente escolar.
Faz parte do processo de crescimento procurar independência dos pais, que até então eram os protetores, para buscar pertencimento em um grupo de amigos. A autoestima dos adolescentes pode estar diretamente ligada a ser ou não bem sucedido nesta empreitada, de firmar-se socialmente em um núcleo que não seja o familiar, de ser amado, admirado e protegido por pessoas que não sejam os pais.
A nova temporada de “13 Reasons Why” foca na angústia e ansiedade dos jovens, gerada por este processo. Há um esforço em mostrar que, por mais estruturada que seja a família, os jovens nunca compartilham com ela todas as suas dores. Várias podem ser as razões para isso. Uma delas é a sensação de fracasso e o medo de decepcionar os pais. Outra, diretamente ligada, pode ser a vergonha em confessar ser vítima de humilhações e violência. Por fim, há a sensação de que ninguém entenderia, de ser o único a ter medos, vergonha e necessidade de aprovação, o que pode levar a uma sensação de profunda solidão, especialmente se não for compartilhada sequer com os amigos.
Uma das mensagens principais do seriado é: todos devemos pedir ajuda e todos devemos estar atentos aos pedidos de ajuda dos que nos cercam. Se mascararmos nossas dores para aqueles que nos amam, eles não poderão nos ajudar. E se alguém compartilhar conosco as suas dores, não devemos diminui-las ou achar bobagem. Podemos todos cuidar uns dos outros.
Se você não tiver ninguém para dividir seu sofrimento, o CVV oferece apoio emocional gratuito, através do telefone ou internet. Acesse www.cvv.org.br/23 e vejas as formas de atendimento.
Luiza
CVV Belém